Escrevem vários órgãos de comunicação social que a Renamo e o Governo estão a endurecer as suas posições. Entenda-se, estão, ambos, a dissuadir-se mutuamente e a entoar o "hino da guerra". A Força de Intervenção Rápida já está no terreno-consta-nos. Os homens da Renamo e os seus Generais estão em propaganda balística.
Ademais, informações não confirmadas indicam que em Muxungwe as pessoas estão em debanda. Já há deslocados. De guerra? Ainda é cedo para dizer sim. Mas não vai tardar para termos a resposta.
O triste é não percebermos, nós cidadãos pacatos, as verdadeiras razões que nos devem submeter a mais uma catástrofe humanitária fora destas naturais que nos beliscam todos os anos e ciclicamente. O que está realmente a falhar entre a Renamo e o Governo? Porquê a política não está a conseguir ser um jogo e só consegue a ser um duelo audaz com derrame de sangue em vista? E os investimentos que estamos a receber graças ao clima de "paz" que se diz prevalecer no nosso país?
A guerra é destrutiva. Onde iremos buscar novos apoios para reconstruir o país depois de escangalhá-lo?
Quem irá ganhar com a guerra? A RENAMO, a FRELIMO? Depende. Mas o perdedor sempre será o povo que perde todos os dias mesmo em simples batalhas eleitorais e assim como em batalhas de luta contra a pobreza e contra as desigualdades sociais. Se for uma guerra para ganhar eleições, então não haverá povo para eleger ninguém, pois o povo estará em países vizinhos a procura de refúgio.
MANIFESTO
quinta-feira, 4 de abril de 2013
terça-feira, 26 de março de 2013
Municípios na Hora de Balanço
Dizei e confessai que durante os cinco anos que terminam nada ou pouco fizeram. É por isso que continuamos com os buracos por todo o lado nas nossas urbes.
Redimi-vos e entreguem-se à justiça do povo nos próximos pleitos eleitorais, porque pouca ou nenhuma promessa cumpriram durante os cinco anos de gorvernação ora em agonia.
Dizei e aceitai que a competência esteve longe das vossas capacidades. Por isso o saneamento do meio deficientemente crónico continua a brilhantar os munícipes em todas as artérias das nossas cidades.
Preparai-vos para ouvir o grito do povo a dizer:
Arão Nhancale, FORA!
David Simango, FORA!
César de Carvalho, FORA!
(....)
Queremos Cuamba livre de Lixo
Queremos Montepuez livre de tudo o que imundice e desorganização!
Queremos Mocímboa da Praia livre da ganância e da corrupção
Queremos Vila Ulongwe livre da anarquia
Quremos Angoche livre da sede de Água Potável
Queremos, queremos!
Só escaparão alguns e poucos se nos partidos não houver uma
mão dura de substituir-vos e/ou de fraúde!
segunda-feira, 25 de março de 2013
"Isso de Patrões Estrangeiros"
"Patrão é Patrão, abre a porta para entrar/ patrão é patrão, abre a porta para entrar" MC Roger.
Sr. Presidente,
Estivemos atentos aquando do seu discurso de encerramento da Reunião do Comité Central lá na Matola. Pessoalmente achei importante o seu discurso centrado no Diálogo, o seu desejo de ter e ver uma FRELIMO DIALOGANTE. Afinal, é isso que disse outra vez o nosso, com orgulho, filósofo Severino Nguenha, naquela palestra lá na Presidência.
A Frelimo precisa sim de dialogar não interessa com que cor partidária. Ela precisa de dialogar com todos os actores políticos, económicos e sociais para o bem deste que insistentemente é chamado "maravilhoso povo" e esta que famigeradamente conhecido por "Pátria de Heróis".
Contudo, Camarada Presidente, não entendi aquela máxima de "Considadãos nossos carentes de patrões estrangeiros".
Sr Presidente,
Sr Presidente,
Quem dita regras neste País?
Quem determinou a mudança de sistema e quem está a definir o nosso destino como um país? Nós/Vós ou estrangeiros? Quem tem a última palavras quando o assunto é educação e saúde? Quem trouxe o novo curriculo em vigor nos nossos subsistemas de ensino primário e secundário? Onde vamos buscar os nossos financiamentos e onde depositamos os nossos dinheiros? É em Moçambique ou no estrangeiro?
Não sei não. É que para mim este País foi vendido já faz muito tempo e quem vendeu é quem sempre esteve a governá-lo. A independência de um país é somente efectiva quando esse mesmo País é economicamente auto-sustentável.
Portanto, em nome do diálogo, não apontemos dedo neste ou naquele. "Patrão é patrão" como diz o seu afilhado Sr. Presidente! Não interessa se é nacional ou estrangeiro. O que importa é que pague bem, não é?
quinta-feira, 21 de março de 2013
Carta à minha Mãe
Querida Mae,
Espero que esta carta te encontre de boa saúde. Já passava muito tempo sem
te escrever e, por conseguinte, sem trocarmos notícias. Hoje é o dia para
explicar-te as razões que ditaram o meu
silêncio e contar-te algumas novidades.
Mãe, deves estar sobremaneira preocupada comigo, não é? Descansa Mammy. Eu
estou muito bem de saúde. Parara de escrever porque, como sabes, nesse país
quando se escreve o que não agrada ao sistema cortam-te os membros todos,
principalmente as mãos para não voltar a escrever. No caso tive a sorte. Não me
amputaram nem as mãos nem as pernas. O mesmo não me fizeram com a cabeça.
Graças a Ti Mãe, ao meu falecido Pai e a Deus todo poderoso. Graças a Vós meus
poderosos Deuses deixaram-me vivo e com a cabeça para pensar. Não obstante tal
sorte, cercaram-me e isolaram-me. Mas isso é de menos.
Assim, com medo ainda de me fazerem o pior vou apenas te contar umas poucas
novidades. Em 2011 o mundo surpreendeu-se com muitas revoluções. No
Egipto tiraram um presidente, o mesmo aconteceu na Tunísia. Sabes quem tirou,
Mãe? Foi o Povo. O povo de la não brinca como nós aqui em Moçambique. La tiram
mesmo. Mas continuo muito sentido. Lembras-te daquele líder famoso? Aquele Mãe.
Muammar Ghaddafi. Os americanos e europeus com anuência de um punhal de joves
ganacionsos mataram-no. Sei que vais perguntar porquê? Foi por causa de
petróleo. Ele negava com o petróleo dele.
Alegaram que matou umas oicentas
pessoas. Até pode ter matado Mãe. Em nome da soberania e independência. Mas o
acto não justificava a morte dele. Agora que escrevo, pessoas estão a morrer na
Syria, lá perto da terra de Jesus Cristo. Curiosamente nenhum deles foi lá
matar presidente. É assim mesmo Mãe. As pessoas são injustas como a própria
Natureza.
Falar de Moçambique? Tenho medo. Apenas te dizer que as coisas continuam na
mesma. Em algum momento até piores. Por exemplo, no dia 8 de Março de 2012
aquele Dhlakama que em 1984 matou o meu Tio só porque era professor voltou a
protagonizar uma escaramuça em Nampula. Mas foi abafado bem com a polícia. Os
membros da polícia, apesar do seu magro
salário, mais uma vez entregaram a sua
vida à defesa da ordem e traquilidade públicas. Mas o Governo não vê esse
esforço. A Assembleia da República? Pior ainda. Esta é a primeira a dizer que a
Polícia e as Tropas nada fazem e que, por isso, devem continuar a ganhar
migalhinhas. Sabe Mãe, o meu medo é que esses polícias e militares um dia se
rebelem e protagonizem desordem constitucional aqui em Moçambique à semelhança
da Guiné-Bissau.
Mas a vida vai andando...A cidade de Maputo está toda esburacada desde que
tiraram Eneas Comiche. Nem tem falo da Cidade da Matola. O sonho de uma cidade
da Matola limpa e próspera foi enterrado junto com o falecido Carlos Tembe. Na
Beira vá que não vá. As coisas estão a melhorar a cada dia que passa. Mas lá na
Munhava o lixo está longe de terminar o seu convívio com os munícipes. Em
Quelimane o povo despertou e está agora a experimentar a mudança. Oxála que a
mudança seja positiva. Mas parece que aqueles buracos da Cidade estão a
desaparecer.
Em Tete? A cidade está completamente abandonada. A cidade está virar um
escombro. Um dia só tractores é que irão andar nas ruas da cidade se não mudar
de presidente do município. Porém há coisas que melhoraram. Serviços. Há muitos
serviços agora lá. Até cerveja à copo encontra-se.
Outras Cidades continuam diambulando atrás de seus presidentes clamando
pela mudança. Refiro-me às cidades de Xai-xai, Maxixe, Vilanculo, Nampula,
Cuamba, Lichinga e Pemba. Em Inhambane morreu o presidente e elegeu-se outro no
meio de confusão. Acusaram o MDM de fraude. As coisas tendem a mudar Mãe. Até
oposição já faz fraude. Só mesmo com fraude perderam esmagadoramente a favor do
nosso Partido Glorioso, esse autor de todas essas coisas que te contei sobre
Moçambique.
Esta bem Mãe. Hoje termino por aqui. Depois voltarei a escrever para me
contares da tua vida ai no campo.
Beijinhos de saúdades.
segunda-feira, 13 de dezembro de 2010
ESQUECIMENTO: NOSSA PATOLOGIA POLITICA
Uma das grandes patologias políticas do Povo, qualquer que seja, é o esquecimento das promessas políticas feitas pelos dirigentes e líderes políticos.
Muitas vezes, o povo não se dá conta de que é responsável por bons e maus políticos. Esquece-se, igualmente, de que os políticos justos e injustos são por ele produzidos.
Se o esquecimento for uma epidemia política global, como o é HIV/SIDA, em Moçambique é uma catástrofe político-social, sobretudo neste era pós levante de 1 e 2 de Setembro de 2010.
É que depois de 1 e 2 de Setembro de 2010, há muita coisa caricata que vai acontecendo no aparelho de Estado, protagonizada quer pelos dirigentes superiores quer como produto de interpretação ambígua das orientações.
Se percorrermos às nossas memórias politicamente amnésicas, recordar-nos-emos do famoso comunicado de imprensa publicado a 7 de Setembro de 2010. Em tal comunicado, poderemos ler várias “medidas de impacto imediato”, donde se destaca as seguintes:
(….)
Congelar o aumento dos salários e subsídios dos dirigentes superiores do Estado até que o Governo conclua a avaliação em curso.
Congelar o aumento dos salários e subsídios dos membros dos Conselhos de Administração das Empresas Públicas e das empresas maioritariamente participadas pelo Estado, devendo os salários serem pagos em moeda nacional, até que o Governo conclua a avaliação em curso.
(…)
Estas e outras medidas fizeram correr muita tinta no seio dos escribas e analistas de todos os níveis, entre conhecedores e aventureiros, cibernautas e jornalistas. As “medidas de impacto imediato” foram, igualmente, aplaudidas pelos “marginais, vândalos, desempregados, crianças…” – os manifestantes.
Não obstante os aplausos e as recomendações, a desilusão, coadjuvada, essencialmente, pela amnésia política do povo, não demorou chegar. Não houve e não há até ao momento que gatafunhamos estas palavras, garantias nem provas de que os salários dos dirigentes superiores não continuaram a disparar. Não há, nem na imprensa oficial nem na privada, por mais contundente que seja, provas de que os subsídios de combustíveis, de empregados, de alimentos, de água, de energia, de saúde, lazer e “representação”, não continuaram a ser encaminhados para os fidalgos.
Adicionalmente, as viagens e as ajudas de custo para os altos dirigentes continuaram, com a única inovação de que os únicos a terem acesso às viagens e às ajudas subsequentes são os altos dirigentes. A justificação tem vindo a ser de que são viagens importantes. Não negamos. Mas não há notícias de que o Ministro fulano ou o PCA sicrano viajaram na classe económica como diz o comunicado de que fizemos referência. Afinal, o comunicado indica como essencial e imediata a racionalização da despesa corrente, em particular nas rubricas de passagens aéreas (redução de viagens dentro e fora do pais e redefinição do direito do uso da classe executiva), ajudas de custo, combustíveis, lubrificantes e comunicações.
O gato preto na escuridão continua a ser o pagamento de salários em moeda nacional. Não temos certeza, e, não tendo a certeza, dificilmente acreditaremos que os salários estão a ser pagos em metical. Se estiverem a ser pagos em metical, a nossa dúvida transitará para o facto de não sabermos, concretamente, se os tais vencimentos em metical não são cotados em dólares e pagos em metical ao câmbio do dia!
Do lado de cá, referimos cá em baixo onde só se apanha grãos, há rumores de que não haverá os tradicionais cabazes que minimizam o sufoco do já minguante funcionário do Estado de baixa estatura salarial na quadra festiva. Cadê o pagamento do Décimo Terceiro Salário! A ver, vamos!
É repugnante constatarmos que, do comunicado o Povo, volvidos quase apenas três meses, já se esqueceu. Dos poucos que dele se recordam (aqueles com privilégio de ler e escrever), mal interpretam as “ medidas do impacto imediato”. Ao invés de aplicarem as “medidas de impacto imediato” aos dirigentes superiores, congelam a promoção e a progressão na carreira do simples auxiliar administrativo, cuja posição em termos profissionais se dista a 35 anos da função de chefia!
O interessante nisso tudo é que o povo nada faz, os dirigentes nada fazem? Que o respondam os deputados! Porquê?
Porque a única notícia que veiculou nas últimas semanas é a de que, não foi preciso debate para aprovar o seu bolo apetitoso de quarenta mil meticais de salário base, sem contar com as contas que não terão de pagar, em virtude de tudo poder ser pago por nossos impostos.
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