quinta-feira, 15 de abril de 2010

Filho Prodigo?

Provocação. Desta vez não venho falar dos abutres da 24 de Julho nem dos fidalgos das pontas pretas, amarelas, verdes, vermelhas, brancas…enfim das cinco cores da nossa Bandeira.
Também não é meu propósito pensar porquê a política anda politizada nem porquê os partidos estão partidarizados. Afinal, a política move-se por interesses e não por amizade.
Não é intenção deste artigo perguntar porquê os professores estão desempregues, nem porquê mesmo com professores desempregados os alunos não estudam por falta de professores.
Não procuro nem saber porquê quando Bihale recebe diploma honoris causa a sala só balbucia com as cadeiras vazias e mesas sem nenhuma migalha de cocktail, ao contrário do que acontece quando a pata recebe Horis Causa.
Não indago porque a cidade de Maputo está tão esburacada em menos de dois anos de governação daquele que dissemos que era o melhor quando em dois anos de governação aquele pior que deliberadamente tiramos já tinha reabilitado o Jardim dos Namorados, limpado a cidade, e reabilitado o sistema de drenagem da Baixa da Cidade Capital.
Venho sim pedir desculpas a todos meus colegas e amigos “internautas” que comigo partilharam opiniões diversas e comigo Manifestaram neste MANIFESTO.
Venho igualmente comunicar que, contra todos familiares, amigos e colegas que me aconselharam a parar de escrever por temerem que a escrita me levasse ao precipício perpetrado pelos dinossauros desta Patria Amada, decidi voltar a escrever. Decidi voltar a escrever. Escrever não o que convém escrever porque o conveniente nem precisa de ser escrito. Vou continuar a escrever o que sinto. E porque muitas coisas que sinto são inconveniências políticas, sociais, económicas e culturais, escreverei sobre elas.
O recado para os me aconselharam a parar de escrever ou a escrever o conveniente: o maior precipício para mim não seria desaparecer desta pátria. Seria sim viver nesta terra como se não estivesse a viver nela, isto é, viver sem liberdade de escrever o que penso.
Espero que me entendam e juntos comigo manifestem. Só não sei se serei bem acolhido como filho pródigo das Sagradas Escrituras.