sexta-feira, 21 de agosto de 2009

FRELIMO. MDM. RENAMO: Resultado da Eliminatória

Tem sido frequente nas vésperas de eleições assistir-se o reaparecimento dos partidos políticos que, depois destas, desaparecem da cena política nacional. Com a excepção do partido no poder e da Renamo, os outros partidos não se fazem sentir, nem se fazem conhecer. Entretanto, nas vésperas dos pleitos eleitorais ressurgem, alguns com objectivos super ambiciosos de dirigir os desígnios da nação Moçambicana, através de caça desenfreada ao voto do glorioso povo moçambicano. A minha inquietação é: onde andam esses partidos em tempos que o povo carece de amparo e directrizes políticas sérias quando porventura se vê abraçada pela decepção e frustração com os resultados práticos do seu voto?
Moçambique possui mais de quatro dezenas de partidos políticos, mas o povo está mais familiarizado com a hegemónica Frente de Libertação de Moçambique (Frelimo), a cátedra da oposição moçambicana Resistência Nacional de Moçambique, o camaleão Partido Independente de Moçambique (PIMO), o utópico Partido Trabalhista e mais recentemente, o Partido para Paz e Democracia e Desenvolvimento (PDD) e o Movimento Democrático de Moçambique (MDM). Os restantes partidos andam em cofres fechados dos bancos de falta de iniciativas e ambições, que apenas se abrem de cinco em cinco anos.
Fora do partido dominante, os tidos como conhecidos quando aparecem só decepcionam, pois ao vez de permanentemente se apresentarem como alternativa governativa credível, desperdiçam a oportunidade de antena e cobertura jornalista para nos vociferar com discursos desconexos, contradições internas e gritantes atropelos à ética política e irremediável falta de cultura de Estado.
Em momentos de crises sociais onde deveriam intervir com propostas aliciantes pura e simplesmente se distanciam. É o caso do velho e mal parado problema dos Madjermanes, da crise de 5 de Fevereiro de 2008, morte de reclusos em Mongincual, crise financeira mundial, crise dos combustíveis, a fome em várias regiões do país, só para citar alguns exemplos. O mesmo deveria acontecer nas datas importantes da nossa História tais como 25 de Junho, 25 de Setembro, 4 de Outubro, entre outras.
Em contrapartida e como dizia, esses partidos só aparecem em tempo de campanhas eleitorais. Quem irá escolher um partido ou líder que desconhece? Porque é que esses partidos desaparecem logo depois das eleições e reemergem na véspera destas?
O presidente do PDD, Raul Domingos, disse em entrevista à Agencia Lusa, citado pelo O País de 12 de Agosto de 2009, que os partidos políticos não têm tido “igualdade de oportunidades na realização das suas tarefas político-partidárias” e que o terreno não é mais nivelado. Não credito que seja esse o verdadeiro problema. Só o facto de haver abertura para uma miríade de partido já é sinal de que há espaço para todos, independentemente do seu tamanho. Por outro lado, a actividade política é uma luta permanente pelo poder, pelo que cada partido deve fazer tudo ao seu alcance para conquistá-lo e só se conquista o poder trabalhando no terreno.
Em adição, culpabiliza-se à alegada “partidarização da função pública, onde a Frelimo montou células, e pelo controlo dos órgãos de comunicação social do sector público e das universidades públicas pelo partido no poder”. Não concordo nem discordo. Apenas defendo que o cidadão quando vai às urnas vai sozinho e o voto é muito secreto. É minha convicção que podemos manipular facilmente os animais e as máquinas ao nosso bel-prazer, menos a mente humana.
Explico-me. Se algum partido mostrar trabalho sério ao ponto de superar o partido dominante, com certeza vai virar a página política do país, positiva ou negativamente. A vitória do candidato independente nas eleições autárquicas de 2008 na Beira mostrou isso. Daviz Simango venceu e convenceu todos os seus adversários e não creio que todos os que votaram nele foram os vendedores informais e desempregados da cidade da Beira. Devem ser inclusivamente funcionários públicos tidos como manequins da Frelimo.
A hipótese seria a que o Raul Domingos avançou: “as divisões na oposição moçambicana, devido a ambições pessoais e interesses de grupo, também fragilizam a possibilidade de uma frente comum contra a hegemonia da Frelimo na cena política moçambicana, desde a proclamação da independência do país em 1975”. Essas ambições fazem provavelmente com que líderes de tais partidos só acordem na véspera das eleições quando se apercebem que há bolo para campanha eleitoral.
Como resultado, não consegue ter um número suficiente de proponentes (membros e simpatizantes) que suportem as suas ambições políticas e quiçá, económicas. O desastre que estes partidos conseguiram este ano – a reprovação ou não passagem na eliminatória, supervisionada pelo Conselho Constitucional. Por exemplo esperávamos ter os seguintes candidatos nas eleições de 2009: Armando Guebuza, da Frelimo e actual presidente da República, Daviz Simango, do Movimento Democrático de Moçambique (MDM) e actual edil da Beira, na província central de Sofala, Afonso Dhlakama, da Renamo, Yacub Sibindy, do Partido Independente de Moçambique (PIMO), Raul Domingos do Partido para Paz, Democracia e Desenvolvimento (PDD), Khalid Sidat, da Aliança Independente de Moçambique (ALIMO), Leonardo Cumbe, do Partido Unido de Moçambique da Liberdade Democrática (PUMILD), José Ricardo Viana, da União dos Democratas de Moçambique (UDM) e Artur Ricardo Jaquene, da Coligação União Eleitoral, organização composta pelos Partidos Ecológico de Moçambique (PEMO) e da Unidade Nacional (PUN) Destes apenas três passaram: Simango, Guebuza e Dhlakama. Isto é fruto da inoperância, preguiça, desorganização, entre outros atributos conducentes à derrota, que se contrapõem aos notórios trabalhos dos partidos/ lideres apurados.

2 comentários:

Noa Inácio disse...

Nguni,

As vezes me pergunto e se fossemos politicos? Me parece que seriamos brilhantes, ja apontamos os problemas, ja identicamos os caminhos, ate ja esbocamos as reacoes.

Meu AMADO FHURE

Como podemos explicar a inoperancia desses partidos? Como podemos fazer com que a Frelimo cumpra integralmente com os seus belissimos mandatos? Como evitar que aparecam mais Vianas=Neves Serano?

Enfim,

ME RESPONDE OH MEU FHURE

Mzimu wa Akayinga disse...

Meu bom e grande amigo. Precisamos de poucos partidos politicos que se conhecam, menos "prostiuiao intelectual" plagiando o Venacio e mais cidadania. Manifestar se for preciso para depor ou assassinar politicamente os partidinhos. E o ilustre, que pensa?