segunda-feira, 3 de novembro de 2008

Vamos todos Votar, Mas Votar para quê, para quem e porquê?!

“Votar é um dos momentos mais marcantes da tua vida: como uma data de aniversário, dia de graduação, etc, etc” – assim diz um sport radiofónico. Pura indignação! Votar não nada disto. Votar poderia até ser tão importante como o são muitas das datas festivas, mas infelizmente não é. Temos vindo a testemunhar a tristeza deste sistema votocrático a que nós apelidamos de democracia. “Votar sim, faça chuva, faça sol”. Mas votar o quê e a quem? Na década de 30 o voto colocou no poder um Nazista chamado Adolfo Hitler e a consequência foi uma das guerras mais mortíferas que a humanidade conheceu – a II Guerra Mundial; alguns ditadores famosos da Historia sobreviviam de eleições: Somoza em Nicarágua, Getúlio Vargas no Brasil, Robert Mugabe no Zimbabwe, George Bush nos Estados Unidos da América, Saddam Hussein Tikrit no Iraque, entre outros. Estes líderes e outros que não mencionamos fizeram sofrer o seu povo por meio do voto. Logo, votar não é festa. O derrame de sangue no Quénia e os recentes e sucessivos acontecimentos no Zimbabwe, as manifestações violentas no Malawi em 2004 e na Zâmbia em 2006, os frequentes atentados à bomba na Swazilândia (2001/2008), mostram claramente que as eleições constituem um combustível altamente inflamável para a afirmação de violência, num Estado fraco como o nosso. “Votar sim, faça chuva, faça sol”. Mas votar o quê, a quem e porquê? Em princípio deveríamos votar em Programas ditos manifestos eleitorais e não em candidatos como sempre o fazemos. Por sua vez os Programas deveriam eleger o seu proponente. Ora vejamos: votar no programa significaria que nós concordamos com as propostas que os partidos trazem e acreditamos que são exequíveis depois de feita a análise FOFOA (forças, fraquezas, oportunidades e ameaças). Para o efeito, todos programas deveriam ser socializados antes do período da campanha para o seu melhoramento e de seguida submetidos a um Centro de Estudos (centro de analises), de preferência numa Universidade, para sua avaliação. Depois disso, sofreriam alterações mediante as recomendações do tal Centro. Feito a correcção, os candidatos cujo programa fosse aprovado passariam a defender o programa durante a campanha eleitoral, que não seria inferior a três meses antes da data das eleições. Seria cansativo e financeiramente pesado, mas é aí onde descobriríamos que em Moçambique só precisamos, no máximo três partidos políticos e mínimo e aceitavelmente Dois. Apenas assim teríamos alternativa na governação do país. Infelizmente continuamos a votar nos Partido Políticos e não nos programas. Ou por outro, votamos em pessoas e não em propostas que elas apresentam. Este comportamento concorre para inacção ou continuidade de inacção, incompetência, falta de iniciativa, fundamentados em patrimonialismo, corrupção, deixa-correr, burocratismo e outros ismos que conhecemos. São estes comportamentos que nós levam a votar nos especialistas em lixologia, buracologia, venda de terrenos ao pessoal do partido, amigos e familiares, deixando de lado os que verdadeiramente querem servir o Povo a exemplo de Eneas Comiche, Daviz Simango, Cesar de Carvalho, entre outros. Em vez de pensarmos em festa, devemos pensar em que votar, a quem votar e porquê votar. Em adição, votar não deve significar sacrifício desnecessário, isto é, não devemos ir passar o dia na formatura para votar em detrimento de vendemos na Rua, no Mercado ou ir a machamba para o sustento das nossas famílias, pois morreremos de fome, de chuva e de sol, enquanto aqueles em quem votamos estão em Palácios e Mansões de Luxo, sofrem de doenças de opulência e fartura como a obesidade e nós morremos de fome e dormimos ao relento.
Portanto, votar sim, mas com racionalidade e razões para votar. Votar é apenas festa para as famílias e amigos dos candidatos e não para o cidadão que vivem duvidando permanentemente sobre o que comer no dia seguinte de tanto não ter nada para comer. Os familiares e amigos, inclusivamente membros destacados dos partidos devem ir votar, “faça chuva, faça sol”, pois é disso que escolhem casas para dormir, comida para comer, telefone para usar, país para visitar, hotel para hospedar, terreno para construir, carro para usar...

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